A cada eleição, o marketing ganha um papel cada vez mais central nas campanhas. Especialmente as estratégias digitais de lançamentos de cursos, que, embora não convencionais, têm mostrado ser tão eficazes no mundo analógico quanto no digital.
O modelo AIDA, criado pelo publicitário Elmo Lewis, explica as etapas necessárias para compreender o comportamento do consumidor durante sua jornada de compra. O acrônimo representa as palavras “Atenção, Interesse, Desejo e Ação”, fases que o usuário deve atravessar até o que chamamos de “conversão”, que, em nosso contexto, se refere ao voto.
Seguindo o modelo AIDA, os candidatos buscam chamar a atenção do público. Embora essa prática já existisse em outros meios de comunicação, na internet, ela se manifesta de maneira diferente, frequentemente mais apelativa e “menos preocupada” com os limites legais e morais. Afinal, na internet, a regra parece ser que vale tudo: promessas infundadas, resultados especulativos, soluções milagrosas e até conhecimentos milenares que, supostamente, estão sendo revelados agora, acompanhados de provocações, desafios e confrontos.
Observamos o uso dessas estratégias, especialmente nas campanhas de candidatos que são criadores de conteúdo e influenciadores, adotando o mesmo modus operandi da internet. A atenção é o principal ativo. O objetivo é fazer com que o usuário siga as redes sociais e outros canais de comunicação do candidato.
Após essa fase, entra-se no momento de gerar interesse. A rede social do candidato, então, está organizada, com vídeos de apresentação em destaque, algumas propostas, pautas polêmicas e apoiadores importantes – tudo como manda o figurino. Assim, a fase do interesse é superada.
O desejo, por sua vez, é frequentemente estimulado por um senso de urgência, apresentando o que se pede no momento como uma oportunidade única que não pode ser desperdiçada. A mensagem é clara: se você ficar de fora, nossa cidade (estado, pais) poderá enfrentar resultados catastróficos.
Assim, o clique, a compra, o voto torna-se uma consequência inevitável após o “lead” percorrer essa jornada persuasiva e talvez a maneira mais eficiente de evitar cair nesse encanto é não dar o que eles querem: atenção.