A Prefeitura de Fortaleza, por meio de ações intersetoriais da Defesa Civil e com apoio do Governo do Estado e Governo Federal, reduziu de 89 para 65 as áreas de risco de deslizamentos, inundações e alagamentos no período de 10 anos. Foram impactadas comunidades socioeconomicamente vulneráveis e com possibilidade de eventos adversos, sobretudo territórios de ocupação próximos a recursos hídricos, que receberam intervenções de arquitetura, engenharia civil e ambiental para a qualificação dos espaços urbanos ou a remoção dos moradores para locais mais seguros.
O resultado dos trabalhos chegou a locais como Morro do Santiago, na Barra do Ceará; Rio Nilo e Álvaro de Alencar, no Pirambu; e Morro do Teixeira, no Cais do Porto, que tinham riscos de deslizamento e que receberam obras tais como o Projeto Vila do Mar. Já as comunidades do Babu/Cal e Monte Rei, no Quintino Cunha; da Lagoa da Parangaba; e do Guga, no Bairro de Fátima, corriam possibilidade de inundação.
Outro exemplo foi a erradicação da comunidade João Paulo II, no Barroso, e outras no entorno da Av. Deputado Paulino Rocha, como a Waldemar de Alcântara, na margem direita do Rio Cocó. Essas áreas foram beneficiadas em 2021 pelo trecho 2 da obra de “Urbanização e Sistema Viário do contorno Lindeiro do Rio Cocó”, que faz parte do Projeto Rio Cocó, do Governo do Estado, com recursos federais do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
De acordo com o coordenador da Defesa Civil de Fortaleza, Heraldo Pacheco, o órgão mantém rotina de acompanhamento em vários trechos da cidade, com destaque para o Rio Cocó, em parceria com a Cogerh (Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos). Além disso, a Prefeitura provê os auxílios de emergência necessários.
“Em algumas situações, disponibilizamos abrigamentos provisórios, encaminhamos famílias para o aluguel social e entregamos cestas básicas, mantas, colchonetes, lonas e redes, dependendo da gravidade”.
Monitoramento
Por sua vez, o chefe do setor de monitoramento da Defesa Civil de Fortaleza, Saulo Aquino, ressalta que é possível antecipar situações de risco, identificar áreas habilitadas para requalificação urbana, de forma que a evitar que o crescimento da cidade ocorra com ocupações indevidas ou falta de cuidado com o espaço urbano.
Além das visitas de campo periódicas às comunidades, há ainda o auxílio de câmeras de videomonitoramento para reforçar os protocolos de segurança. “A ideia é verificar as condições de bocas de lobo e galerias, além dos recursos hídricos do entorno que precisem passar por novas intervenções preventivas. Essa metodologia é aplicada antes, durante e depois de cada quadra chuvosa”, destacou Aquino.
Atualmente, a Defesa Civil conta com 103 câmeras disponíveis através do Programa Municipal de Proteção Urbana (PMPU), sendo 35 distribuídas dentro de 26 áreas de risco (das 65), e 68 outras em “Pontos de Atenção” (locais fora da poligonal da área de risco, mas que mantém íntima relação com a bacia hidrológica que afeta uma área de risco próxima).
Ainda graças ao trabalho de monitoramento, 55 ruas do Conjunto Palmeiras II foram incluídas nas obras do Programa de Infraestrutura em Educação e Saneamento de Fortaleza (Proinfra), executado pela Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinf), que realiza serviços de drenagem, esgotamento sanitário e urbanização.
Serviço
Em casos de risco, a Defesa Civil de Fortaleza deve ser acionada via Ciops, através do fone 190. Os agentes do órgão trabalham em regime de plantão 24h.